quarta-feira, 30 de abril de 2014

José Carlos Ary dos Santos

Deixemo-nos encantar pela poesia de Ary dos Santos

“(…) José Carlos Ary dos Santos, (…) foi – é – o Poeta da Revolução.
Na verdade, ninguém como ele cantou Abril e as suas Conquistas; ninguém como ele acompanhou e gravou em belíssimos poemas, os dias, as semanas, os meses do processo revolucionário; ninguém como ele escreveu os versos necessários em cada momento desse processo: incitando à luta e semeando confiança quando os inimigos de Abril mostravam as garras; glorificando os avanços e conquistas quando a força do movimento operário e dos militares revolucionários se impunha às forças da reacção e dava mais um passo na construção da democracia de Abril; ninguém como ele escreveu, com um talento raro, e declamou, com uma voz inconfundível, a poesia da Revolução.
(…) a notável obra poética de José Carlos Ary dos Santos, atingiu a sua expressão mais elevada com o poema As Portas que Abril Abriu, escrito em 1975, onde o Poeta nos conta a história da Revolução Portuguesa: as suas origens, situadas na longa e corajosa resistência ao regime fascista; o derrubamento, pelo heróico MFA, do governo de Marcelo Caetano; a libertação dos presos políticos e a festa do povo nas ruas, vivendo e conquistando a liberdade; o primeiro 1º de Maio, a abrir o caminho para as Conquistas da Revolução…”
                                                                      in http://www.odiario.info/?p=3056





Liberdade


Num mês em que se celebram os 40 anos da revolução de abril consideramos importante esta partilha. Aqui ficam alguns poetas que, pela palavra denunciaram e/ou celebraram a situação vivida em Portugal. O poder da PALAVRA!

            

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Cesária Évora



Cabo Verde


António Gedeão

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,                                                        
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

A aprendizagem nunca é unilateral


A grande riqueza da época das Descobertas não se limita à língua e à cultura que levamos a novas terras, mas antes a tudo o que nós, portugueses, pudemos aprender nesse contacto com esses povos.


A língua como fator de aproximação entre culturas


                          

sábado, 25 de janeiro de 2014

Mapa de Moçambique - ontem e hoje


Moçambique

Moçambique está entre os países onde o português tem o estatuto de língua oficial, sendo falada, essencialmente como segunda língua, por uma parte da sua população.
De acordo com dados do Censo de 1980, o português era falado por cerca de 25% da população e constituía a língua materna de pouco mais de 1% dos moçambicanos. Os dados do Censo de 1997 indicam que a percentagem atual de falantes de Português já é de 39,6%, que 8,8% usam o português para falar em casa e que 6,5% consideram o português como sua língua materna. A vasta maioria das pessoas que têm a língua portuguesa como materna reside nas áreas urbanas do país, e são os cidadãos urbanos, principalmente, que adotam o português como língua de uso em casa. No país como um todo, a maioria da população fala línguas do grupo bantu. A língua materna mais frequente é o emakhuwa (26.3%); em segundo lugar está o xichangana (11.4%) e em terceiro, o elomwe (7.9%).

                                                                       http://www.linguaportuguesa.ufrn.br/pt_3.4.d.php


Africae Tabula Nova


Publicado na Antuérpia, Data – 1570
Autor – Abraham Ortelius (1527-1598)
Localização – Biblioteca Alberto I, Bruxelas...?

in http://www.girafamania.com.br/listaestados/mapa-antigo.htm


MAPA ATUAL DE MOÇAMBIQUE


                                http://www.merriam-webster.com/cgi-bin/nytmaps.pl?mozambique

sábado, 4 de janeiro de 2014

Diogo Cão


                            Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
                            Este padrão ao pé do areal moreno
                                                                         Fernando Pessoa

Diogo Cão foi uma figura pioneira, sendo o primeiro a usar o padrão de pedra como marca de descoberta. Foi ele que, fazendo viagens de reconhecimento, trouxe dados que permitiram atingir a África do Sul, navegando ao largo da costa. (“Areal moreno”)
O padrão assinala a parte humana das Descobertas. Diogo Cão refere: “da obra ousada, 
é minha a parte feita”, e deixa o resto ao fatum, “o por-fazer é só com Deus”. 
Para Pessoa, é a “Cruz ao alto” que lembra a Diogo Cão – símbolo para todos os navega-
dores e todos os Portugueses – a razão suprema do desejo de navegar.



    

Diogo Cão
São muito pouco os dados existentes sobre Diogo Cão. Não se sabe o nome dos seus pais, mas sabe-se o nome do seu avô, Gonçalo Cão.

Pensa-se que nasceu em Vila Real, onde existe ainda uma casa que se pensa que terá sido a sua.
Não se sabe nada sobre a sua infância, nem da sua adolescência, os primeiros vestígios que sabemos da vida dele, são da sua juventude.

Entrou ao serviço da casa de D. Henrique, onde foi escudeiro e depois cavaleiro.

A sua ligação ao Infante tê-lo-á iniciado no conhecimento das coisas do mar, e a sua juventude foi dedicada às tarefas marítimas.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

À descoberta de Angola





PADRÃO 

"O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.

A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar."



                                                Fernando Pessoa